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  • Bolsonaro afirma transferência de R$ 800 mil para os EUA por incertezas políticas e econômicas do governo atual


  • Segundo a PF, a transação foi feita poucos dias antes de o ex-presidente viajar para os Estados Unidos, em dezembro de 2022. Bolsonaro disse que envio de dinheiro para o exterior não é crime.

Nesta quinta-feira (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou transação de R$ 800 mil para os Estados Unidos por ter incertezas sobre a política e à economia do atual governo.

Conforme a Polícia Federal (PF), a operação foi realizada no dia 27 de dezembro de 2022, pouco antes de o ex-presidente viajar para os Estados Unidos.

A investigação relata que o ex-presidente esperaria no exterior os desdobramentos da tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Por meio de um vídeo gravado nesta quinta-feira, Bolsonaro confirma que fez a transferência entre contas do Banco do Brasil. 

Paralelamente, alegou que envios de dinheiro para o exterior são comuns e que "isso não é crime"

"O último país do mundo para onde um golpista, um ditador, enviaria recursos seria os Estados Unidos, porque é um país democrata que respeita tratados. Esses recursos seriam imediatamente bloqueados", disse.

"Tínhamos dúvidas sobre a política e a economia do atual mandatário de esquerda", complementou.

Os R$ 800 mil

Quando foi alvo da Operação Tempus Veritatis, Bolsonaro teve seu passaporte apreendido no dia 8 de fevereiro, que apura uma tentativa de golpe de Estado.

De acordo com a PF, os investigados "tinham a expectativa de que ainda havia possibilidade de consumação do golpe de Estado" e estavam conscientes dos atos ilícitos realizados.

"Alguns investigados se evadiram do país, retirando praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais, transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos", aponta o documento.

Sobre Bolsonaro, a PF disse que foi realizada uma operação de câmbio no dia 27 de dezembro de 2022, no montante de R$ 800.000,03.

O documento enviado ao Supremo Tribunal Federal, a investigação menciona que, nesse valor, pode haver dinheiro relacionado ao "desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras".

Exemplo é o caso da venda de joias dadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro.

"Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado que estava em andamento", relata a PF.